Evento em Itabuna destaca papel da educação e da medicina no acolhimento de autistas

A UnexMED Itabuna realizou, na noite da última quarta-feira (16), a roda de conversa “Além do Diagnóstico: Autismo, Saúde e Educação”, reunindo profissionais e estudantes para discutir o cuidado e a inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O encontro, promovido pelo Núcleo de Apoio Psicopedagógico (NAP), aconteceu no campus de Medicina da unidade e integrou as ações do Abril Azul, mês dedicado à conscientização sobre o autismo.
 

Com um público composto por alunos da graduação, o evento teve como objetivo ampliar o debate sobre o acolhimento, diagnóstico e estratégias interdisciplinares no cuidado às pessoas com TEA.
 

Entre os participantes da roda de conversa estiveram o Dr. João Hermínio de Oliveira, médico clínico geral, pediatra, farmacêutico, autista com formação em Transtornos do Neurodesenvolvimento e Vanessa Paulo, pedagoga, advogada, estudante de Medicina e autista, que trouxe um relato sensível sobre suas vivências pessoais e acadêmicas.
 

Presença nacional
 

Um dos momentos mais marcantes do evento foi a presença do Dr. João Hermínio de Oliveira, que veio especialmente do Paraná para contribuir presencialmente com a roda de conversa. Médico clínico geral, farmacêutico e com sólida atuação em pediatria e transtornos do neurodesenvolvimento, Dr. João é também autista e compartilhou com os presentes um relato inspirador de superação e compromisso com a causa.
 

Durante sua fala, ele trouxe não apenas um olhar técnico, mas, sobretudo, humano e vivencial sobre o autismo.

“Hoje, na minha região, virei referência. Atuo em nove cidades: duas com foco em pediatria, sete em clínicas especializadas em autismo, além de uma ONG. Minha trajetória é marcada por desafios, mas também por muito aprendizado e vontade de transformar realidades”, declarou.
 

A presença do médico reforçou o propósito do evento: promover uma formação médica que valorize a empatia, o acolhimento e o respeito à diversidade.
 

Um olhar atento à realidade
 

O coordenador do curso de Medicina, Dr. Eric Ettinger Jr., também destacou a relevância da discussão, especialmente diante do crescente número de diagnósticos de TEA no Brasil.
 

“Cada vez mais o diagnóstico de autismo vem sendo feito, e com isso percebemos a presença de pessoas com TEA em diferentes espaços do nosso cotidiano — como pacientes, colegas de trabalho, médicos, enfermeiros. Precisamos estar preparados para acolher, entender e cuidar com respeito e conhecimento técnico. Eventos como este são fundamentais para essa construção”, enfatizou.
 

Ações que transformam
 

Durante a conversa, os convidados abordaram temas como escuta ativa, abordagens multidisciplinares, inclusão escolar, empatia e o papel da formação médica humanizada no atendimento às pessoas com TEA.
 

De acordo com a coordenação do NAP, a proposta foi estimular reflexões e práticas que preparem os futuros médicos para uma atuação mais sensível às necessidades da população, especialmente em contextos que exigem compreensão, respeito às diferenças e cuidado integral.

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