Ilhéus realiza capacitação de profissionais sobre hanseníase na zona rural

Nesta quarta-feira (19), a Prefeitura de Ilhéus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, promoveu uma capacitação sobre o Manejo da Hanseníase, voltada para médicos e enfermeiros das equipes de saúde da zona rural, profissionais do Programa de Saúde Indígena e da unidade prisional Ariston Cardoso.  A iniciativa busca ampliar a capacidade de diagnóstico precoce e fortalecer o cuidado em regiões que concentram maior dificuldade de acesso.

Treinamento Hanseníase

A coordenadora dos Programas Municipais de Tuberculose e Hanseníase, Eliana Mello, conduziu a formação destacando a relevância de atualizar as equipes sobre uma doença que, apesar de ser secular, ainda permanece invisibilizada.

Segundo ela, a hanseníase é um problema de saúde pública no Brasil, país que ocupa o segundo lugar no mundo em número de casos, atrás apenas da Índia. “O estado da Bahia é o quinto com maior número de registros, e Ilhéus, embora seja classificado como município de média endemicidade, apresenta bolsões hiperendêmicos, com localidades acima da incidência nacional”, explicou.

Eliana alerta que muitos dos casos que chegam ao município apresentam formas avançadas da doença, com incapacidade física já instalada. “Isso é grave, porque o paciente perde sua funcionalidade, tanto para o autocuidado quanto na convivência familiar e social. Além disso, identificamos formas transmissíveis, já que a doença se espalha por via respiratória”, afirmou.

A coordenação reforça que a hanseníase tem tratamento gratuito e disponível no município, mas que ainda há profissionais que não conseguem identificar precocemente os sinais. Por isso, a Secretaria decidiu investir em capacitações contínuas, começando pela zona rural e incluindo também profissionais da saúde indígena e do presídio.

O que é a hanseníase?

Durante a formação, Eliana explicou que a doença é provocada por uma bactéria que afeta principalmente a pele e os nervos periféricos, comprometendo sensibilidade, força muscular e podendo provocar deformidades se não tratada. Entre os sinais estão manchas com alteração de sensibilidade, perda de pelos, diminuição do suor e enfraquecimento muscular.

Profissionais destacam a importância da capacitação

Os profissionais presentes na capacitação reforçaram a relevância do encontro para qualificar o atendimento à população.

A enfermeira do Programa de Saúde Indígena Ana Paula Aiello, que atua no povo Tupinambá de Olivença, ressaltou:
“Temos muitas atribuições, programas e demandas, e às vezes nos perdemos no meio de tantas necessidades. Essa capacitação abre nossos olhos para uma doença que não está erradicada e requer atenção redobrada.”

A médica Beatriz Cordeiro também destacou o impacto da formação:
“Na graduação ouvimos falar muito, mas quando vamos pra prática damos prioridade a outros diagnósticos e esquecemos da hanseníase. A capacitação amplia nossa visão para reconhecer sintomas, inclusive os dermatológicos. Existem casos no município, e precisamos estar preparados para diagnosticá-los na atenção básica.”

Ação no Banco do Pedro

Eliana anunciou ainda que no dia 25 de novembro será realizada uma ação do projeto “Espelho Meu” na comunidade do Banco do Pedro. Alunos e professores de Enfermagem da UESC, além de Fisioterapia e Enfermagem da Faculdade de Ilhéus, participarão da atividade.

“Será uma varredura nos domicílios, identificando casos suspeitos e levando informação à população. O principal objetivo é fazer com que as pessoas reconheçam os sinais e possam procurar o serviço de saúde para diagnóstico e tratamento”, destacou.

Por ASCOM SESAU



por ASCOM SESAU

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